Por Jim Mathis
Enquanto assistia a um evento esportivo num final de semana, uma coisa se tornou evidente para mim: é preciso jogar a partida inteira, quer isto signifique quatro quartos, como no futebol americano e no basquete; dois tempos como no futebol; três períodos no hóquei; nove “entradas” (ou mais) no basebol, ou 18 buracos no caso do golfe. É bom construir boa vantagem no início, mas ainda assim é preciso jogar a partida inteira.
Com frequência os períodos finais de uma competição são cruciais. Na partida a que me referi, entre dois grandes rivais, o resultado só ficou definido a apenas dois segundos do final. Ao alcançar uma vitória quando a derrota parece certa, torna-se claro que mesmo os últimos segundos da disputa podem ser de extrema importância.
Eu já entrei nos 60 anos de idade. Seja qual for o modo de olhar é exato afirmar que estou no último “tempo”, seguramente o último de meus anos produtivos. Tudo o que passar dos 80 será “excedente”. Mas aos 61 estou definitivamente começando a jogar meu “último tempo”. Entretanto, deixar o tempo correr, fazendo jogadas de pouco risco, como às vezes ocorre no futebol, não me parece prático ou digno de um atleta a esta altura de minha vida, mesmo que tivesse, digamos, boa “vantagem” a meu favor.
Muitos na minha idade já estão de olho no relógio, raciocinando que podem deslizar facilmente para o encerramento. Ou seja, já desistiram ou se encaminham para o chuveiro. O curioso é que eu me sinto bem como nunca. Não estou cansado. Sinto-me mais criativo e conheço mais do que conhecia antes. Seria apropriado revisar o meu “plano de jogo”, fazer escolhas melhores ou jogar como se o resultado ainda fosse incerto. Ou será que eu deveria apenas deixar o relógio correr? Penso que não! O apóstolo Paulo faz uma analogia entre a vida e a corrida esportiva, enfatizando a importância de se completar todo o percurso até ao final:“Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio” (1 Coríntios 9.24).
Aparentemente achamos que, como ao dirigir um carro, a certa altura da vida podemos "desengatar a marcha" e deslizar até a linha de chegada em ponto morto e, ainda, vencer a corrida. Esta é uma ideia relativamente nova, dos séculos XIX e XX. A Alemanha foi o primeiro país a introduzir a ideia de aposentadoria em 1880. Hoje muitas pessoas (senão não a maioria) nos países industrializados, consideram a aposentadoria como um direito básico. Continuar ou não trabalhando depois de certa idade é uma decisão pessoal. Deveríamos, contudo, nos empenhar em servir a Deus e aos outros de forma produtiva, enquanto formos capazes de fazê-lo.
Filipenses 3.14 afirma:“Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. Paulo compreendeu que, àquela altura da vida, a corrida ainda não tinha acabado. Assim, ele estava determinado a prosseguir até que ela – sua vida na terra – terminasse.
Quanto a mim, pretendo jogar com todo o empenho até o tiro final, apito, buzina, trombeta de Gabriel ou seja lá o que for que sinalizar o encerramento. Devemos isso ao nosso Treinador, nossa equipe e a nós mesmos. À nossa família, amigos, empregadores, empregados, colegas de trabalho e quantos confiam em nós.
Para isso estamos aqui: para jogar a partida até o final!
extraído do informativo mana de segunda.